quarta-feira, 2 de maio de 2007

A minha

A minha solidão





















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A minha solidão
é tão surda,
grossa e forte,
mas tão surda grossa e forte,
que não se chega a ouvi-la,
mas a senti-la
no ritmo,
na melodia alegre
sem ouvinte...

Agarro este átimo de tempo
como se fosse
uma pequena bola de cristal

Eu a transformo.

Sopro nela meu ânimo final,
ela turge, engorda e me engole
e rola, rola, rola...

É quente fresca e aconchegante
leve, macia, acariciante,
rolo nela, dentro dela e por ela,
rodopio, danço, vivo a esfumaçante
alegria nova de seu som.

De arpejos de arcanjos, diamantes
criançamos como brilhantes
nos risos, nos pisos, nas matas,
nos ares, nos rios, nas estrelas,
ela rola, tudo perseguindo.

E eu entonteço, explodindo
em flores e almas.

Engravido o meu eu de festas
faço-me em porto de emoções.

Estiro-me como em galho
vago no chão, no céu, e me preparo
porque o momento da criação
abre caminho pulsante
ao clímax do meu eu alimentado
ejaculado da minha solidão.

Estilhaços de cristal atomizados
espalham-se como ápice do sexo
esqueço as criptas e bálsamos
na beleza desequilibrada e calmarias...

De um oceano musical conducente
nasce meu cansado reflexo.

by Lizete Abrahão

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neste oceano musical
você moça bonita
é a minha onda
de sentimentos
a maré de desejos
que açoita meu corpo
quando sonho
e naufrago
em teus
beijos
beijos
beijos
beijos

ah!
mais prá que?
VEM !
Te quero toda junto
toda em paz
nos braços meus


Ah! Carlos

indo em busca do fim
nas asas do teu SIM

Maio
Quarta-feira de chuva em Porto Alegre

2oo7
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Um comentário:

Anônimo disse...

Seria demais termos alguém junto em companhia do silêncio,palavras ditas e lidas no olhar!
*Rosana