Cartas para Xangrilá
A gente muitas vezes se desencontra da gente no meio do burburinho do dia a dia, mas sempre é um problema quando chega a noite e colocamos a cabeça no travesseiro.
Angustia de que?
Talves por sentirmos que o tempo anda ligeiro e a gente esta meio que no acostamento desta estrada da vida. E esta sensação de impotencia diante dos nossos sonhos de felicidade, mata !
E dói!
Aqui na serra perto de Flores da Cunha onde moro, além do calor de 32 graus, ainda tenho o sufoco da solidão, da angustia de estar vendo o tempo passar e nada poder fazer.
Mais ainda porque neste Novembro, como há muitos anos, eu faço aniversário (dia 6), uma data que já foi muito especial para mim, quando ainda tinha algumas ou muitas esperanças que hoje já não são tantas...
Meu nascimento foi marcado por um evento intrigante.
No mesmo dia em que eu nasci, minha avó do lado materno morreu.
Ela tinha se arrumado, almoçado e dito para minha tia, que iria dar uma cochilada e depois iria me ver no hospital.
Dizia Guimarães Rosa ( que eu amo ) que :
Acho que minha avó ficou encantada.
Muitas e muitas vezes em minha vida, geralmente nos piores momentos, ou momentos em que eu corria risco na estrada (sempre viajei muito) tinha a sensãção de que alguém estava comigo, me protegendo...
Mas isso me faz lembrar também que muita gente que nos desencantam, acabam morrendo pra nós, mesmo em vida.
Dificl levar na consciencia tantas gentes ESPECIAIS mortas e que ainda permanecem vivas em nossa saudosa memória e aquelas outras pessoas vivas, mas já mortas pelo nosso esquecimento.
Lembro agora do meu pai, que dia 12 de dezembro, fará um ano de falecimento.
Engraçado...
Mas apesar de tudo a vida é bela e merece ser vivida.
Obrigado menininha, que amanhã estará renascendo das cinzas com lindas asas iridescentes da Fênix que tu és!
Um abraço apertado daqueles de fazer cléck e todos os beijos que trago guardado aqui comigo, sem ter a quem beijar
Fin A dor
Nasce A mor
aNTONIocARLos
Havia mais que um desejo
A força do beijo
Por mais que vadia
Não sacia mais
Meus olhos lacrimejam teu corpo
Exposto à mentira do calor da ira
No afã de um desejo que não contraíra
No amor, a tortura está por um triz
Mas gente atura e até se mostra feliz
Quando se tem o álibi
De ter nascido ávido
E convivido inválido
Mesmo sem ter havido, havido
Havia mais que um desejo