terça-feira, 16 de outubro de 2007

O VENTO E EU




















O vento morria de tédio
porque apenas gostava de cantar
mas não tinha letra alguma
para a sua própria voz,
cada vez mais vazia...

Tentei então
compor-lhe uma canção
tão comprida
como a minha vida
e com aventuras espantosas
que eu inventava de súbito,
como aquela em que menino
eu fui roubado pelos ciganos
e fiquei vagando sem pátria,
sem família,
sem nada neste vasto mundo...
mas o vento, por isso
me julga agora como ele...

e me dedica um amor solidário,
profundo!

(Mario Quintana)


e é isso moça bonita
neste outubro
solitário e profundo

1/2 bj

antoniOCarlos