Até quando iremos levar a frente um amor que se sustenta apenas em nossas expectativas, onde damos tudo e sentimos não receber na mesma proporção? E todas as luzes vermelhas do painel estão piscando a nossa frente e não queremos ver, finjimos não saber, só porque temos uma sede inesgotável de amar... Até quando? Sabes? Porque se continuarmos a ser do jeito que sempre fomos, continuaremos a ter aquilo que sempre tivemos...
Lágrimas quentes enchiam e caramelavam seus verdes olhos e escorriam por sua face clara.
Mais uma vez sua alma doía insuportavelmente, o peso das indecisões rondando, a vida um emaranhado sombrio, novelo que não consegue desenrolar.
Encolhido em si mesmo observava o teto escuro sob a penumbra da luz fraca da luz de leitura.
Tentava dispersar seus pensamentos, desenhar nas sombras opacas um universo de cores que lhe amenizasse a desilusão transformando aquele momento em mentira.
Desejou estar adormecido, no estágio sonolento entre a realidade e o sonho, quando o mundo se perde em percepções misturando-se às névoas de imagens criadas pelo inconsciente.
Mas ao invés disso, sentia-se plenamente abandonado na verdade solitária e agressiva das palavras que ecoavam por todo o aposento, vindas do aparelho telefônico que agora parecia um objeto sem sentido ao seu lado...
Ele detestava telefones...
Soava até engraçado a forma como a distância se fazia próxima, dizimada pela tecnologia.
Num segundo que se figurara eterno, ele vira seu sonho acalentado se despedaçar no chão tal como um objeto de vidro que se parte sem deixar vestígios.
Fora acusado de estar cobrando coisas que nunca lhe foram prometidas, de expectativas forjadas apenas em sua imaginação, de ser um menino mimado...
Ela o magoou e então perguntara onde estava aquele homem doce que ela conhecera...
Tinha sentido vontade de gritar, mas limitou-se a descompreensão incerta do que estava acontecendo, o chão se abrindo, algum equívoco:
Aquela moça não podia estar falando sério!
Mas agora estava à mercê de noites sem dormir por conta de pensamentos sem fundamento.
Por quanto tempo ainda iria chorar?
Fazia muito tempo desde a última vez, mas de novo fora teimoso e se entregara à esperança...
De novo entreviu possibilidades no que já sabia impossível...
Sim, tinha um monte de luzinhas vermelhas piscando
Outra vez se perdeu na palavras ouvidas nas palavras escritas no brilho dos olhos de alguém esquecendo o que sua voz interior não se cansava de dizer... NÃO!!!!!
Mas como sempre rebelde não deu ouvidos
Transmutou em SIM!
Ia pagar o preço da esperança mais uma vez...
E o meu erro foi crer que estar ao seu lado bastaria...
Posso parecer louco, mas acredito que encontros não acontecem por acaso. Eu acredito na força do amor,ele ultrapassa qualquer barreira, não tem padrão, não tem definição, não tem preconceito, mas tem componentes básicos essenciais para sua sobrevivência: Respeito + Admiração + MAGIA. Esses ingredientes formam o que é o amor para mim, é como penso em me posicionar perante o meu amor... SEMPRE!