sábado, 21 de março de 2009

Aquilo que sempre tivemos!




















- Vais? Vens? Ou eu vou, porque eu quero ver...! -

1/2bj


Até quando iremos levar a frente
um amor que se sustenta
apenas em nossas expectativas,
onde damos tudo
e sentimos não receber
na mesma proporção?

E todas as luzes vermelhas do painel
estão piscando a nossa frente
e não queremos ver,
finjimos não saber,
só porque temos uma sede
inesgotável de amar...

Até quando?
Sabes?

Porque se continuarmos a ser
do jeito que sempre fomos,
continuaremos a ter
aquilo que sempre tivemos...


e é isso
neste sábado
de março
2oo9


aNTONIocARLos

Lágrimas Quentes




- Brutal -

1/2bj





Lágrimas quentes
enchiam e caramelavam
seus verdes olhos
e escorriam
por sua face clara.



Mais uma vez
sua alma doía
insuportavelmente,
o peso das indecisões
rondando,
a vida
um emaranhado
sombrio,
novelo que não
consegue desenrolar.



Encolhido em si mesmo
observava o teto escuro
sob a penumbra
da luz fraca da luz de leitura.




Tentava dispersar
seus pensamentos,
desenhar
nas sombras opacas
um universo de cores
que lhe amenizasse
a desilusão
transformando
aquele momento
em mentira.




Desejou estar adormecido,
no estágio sonolento
entre a realidade
e o sonho,
quando o mundo
se perde em percepções
misturando-se
às névoas de imagens
criadas pelo inconsciente.




Mas ao invés disso,
sentia-se plenamente
abandonado
na verdade solitária
e agressiva das palavras
que ecoavam
por todo o aposento,
vindas do aparelho telefônico
que agora parecia
um objeto sem sentido
ao seu lado...


Ele detestava telefones...


Soava até engraçado
a forma como a distância
se fazia próxima,
dizimada pela tecnologia.



Num segundo
que se figurara eterno,
ele vira seu sonho acalentado
se despedaçar no chão
tal como um objeto de vidro
que se parte
sem deixar vestígios.



Fora acusado
de estar cobrando coisas
que nunca lhe foram prometidas,
de expectativas forjadas
apenas em sua imaginação,
de ser um menino mimado...



Ela o magoou
e então perguntara
onde estava aquele homem doce
que ela conhecera...




Tinha sentido vontade de gritar,
mas limitou-se
a descompreensão incerta
do que estava acontecendo,
o chão se abrindo,
algum equívoco:

Aquela moça
não podia estar
falando sério!



Mas agora estava à mercê
de noites sem dormir
por conta de pensamentos
sem fundamento.


Por quanto tempo ainda
iria chorar?



Fazia muito tempo
desde a última vez,
mas de novo fora teimoso
e se entregara à esperança...


De novo entreviu possibilidades
no que já sabia impossível...



Sim, tinha um monte
de luzinhas vermelhas piscando




Outra vez se perdeu
na palavras ouvidas
nas palavras escritas
no brilho dos olhos de alguém
esquecendo
o que sua voz interior
não se cansava de dizer...
NÃO!!!!!


Mas como sempre rebelde
não deu ouvidos

Transmutou em SIM!

Ia pagar o preço da esperança
mais uma vez...

E o meu erro
foi crer
que
estar ao seu lado
bastaria...


neste Março
de 2oo9



antoniOCarlos
não me abandone jamais!