segunda-feira, 23 de novembro de 2009

UMA LINDA ESTÓRIA DE AMOR



E mais esta música, pra gente continuar dançando...







Hoje, uma estória...
Uma estória do tempo em que as pessoas compravam e liam livros.
Tempo em que as pessoas escreviam cartas, cartas de amor.
Mas nada mudou, apesar dos avanços, das modernidades,
que substituiram tudo isso pela Internet.
Por que?
Porque muitas pessoas ainda valorizam muito mais o exterior que o interior dos outros...

Que é justamente onde mora o encantamento.
Esquecendo que todos queremos alguém, que realmente se importe com a gente, não importando como somos, ou nossa aparência.
Sendo assim, vamos à estória.
Espero que sirva pra tuas reflexões de segunda-feira

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UMA LINDA ESTÓRIA DE AMOR


John Blanchard levantou do banco,
endireitando a jaqueta de seu uniforme
e observou as pessoas fazendo seu caminho
através da Grand Central Station.

Ele procurou pela garota
cujo coração ele conhecia
mas o rosto não;

a garota com a rosa.


Seu interesse por ela
havia começado trinta meses antes,
numa livraria da Florida.

Tirando um livro da prateleira,
ele se pegou intrigado,
não com as palavras do livro,
mas com as notas feitas á lápis
nas margens.

A escrita suave
refletia uma alma profunda
e uma mente cheia de brilho.


Na frente do livro,
ele descobriu o nome
do primeiro proprietário:

Srta. Hollis Maynell.


Com tempo e esforço
ele localizou seu endereço.


Ela vivia em New York City.


Ele escreveu a ela uma carta,
apresentando-se e convidando-a
a corresponder-se com ele.

Na semana seguinte
ele embarcou num navio
para servir na II Guerra Mundial.

Durante o ano seguinte,
mês a mês eles desenvolveram
o conhecimento um do outro
através de suas cartas.

Cada carta era uma semente
caindo num coração fértil.

Um romance de companheirismo.

Blanchard pediu uma fotografia,
mas ela recusou.

Ela queria que ele realmente
se importasse com ela,
não importando como ela era,
ou sua aparência.


Quando finalmente chegou o dia
em que ele retornou da Europa,
eles marcaram seu primeiro encontro

- 7:00 da noite na Grand Central Station em New York.


"Você me reconhecerá"
ela escreveu,
pela rosa vermelha
que estarei usando na lapela",



Então, ás 7:00 ele estava na estação,
procurando por uma garota
cujo coração ele amava,
mas cuja face
ele nunca havia visto.

...
Vou deixar o Sr.Blanchard
dizer-lhe o que aconteceu:

"Uma jovem aproximou-se de mim.
Sua figura era alta e magra.

Seus cabelos loiros
caíam delicadamente
sobre os seus ombros,
seus olhos eram verdes como água.

Sua boca era pequena
e seus lábios carnudos,
e seu queixo tinha uma firmeza delicada.

Seu traje verde pálido
era como se a primavera tivesse chegado.

Eu me dirigi a ela,
inteiramente esquecido
de perceber que ela
não esta usando uma rosa.

Como eu me movi em sua direção,
um pequeno, provocativo sorriso,
curvou seus lábios.

"Indo para o mesmo lugar que eu marinheiro?"
-ela murmurou.


Quase incontrolavelmente
dei um passo pra junto dela,
e então eu vi Hollis Maynell.

Ela estava parada
quase que exatamente
atrás da garota.

Uma mulher já passada dos 50 anos,
ela tinha seus cabelos grisalhos
enrolados num coque
sob um chapéu gasto.

Ela era mais que gorduchinha,
seus pés compactos
confiavam em sapatos
de saltos baixos.

A garota de verde
seguiu seu caminho
rapidamente.

Eu me senti como se tivesse
sido dividido em dois,
tão forte era meu desejo de segui-la
e tão profundo era o desejo
por aquela mulher
cujo espirito
verdadeiramente me acompanhara
e me sustentara através
de todos as minhas atribulações.

E então ela parou.

Sua face pálida e gorducha
era delicada e sensível,
seus olhos cinzas
tinham um calor e simpatia
cintilantes.

Eu não hesitei.

Meus dedos seguraram
a pequena e gasta capa
de couro azul do livro
que a identificou para mim.

Isto podia não ser amor,
mas poderia ser algo precioso,
talvez mais que amor,
uma amizade pela qual
eu seria para sempre
cheio de gratidão.

Eu inclinei meus ombros,
cumprimentei-a
mostrando o livro para ela,
ainda pensando,
enquanto falava,
na amargura do meu desapontamento.

"Sou o Tenente John Blanchard,
e você deve ser a Srta. Maynell.

Estou muito feliz que tenha
podido me encontrar.

Posso lhe oferecer um jantar?"


O rosto da mulher
abriu-se num tolerante sorriso.

"Eu não sei o que está acontecendo",
ela respondeu,

"Aquela jovem de vestido verde
que acabou de passar
me pediu para colocar
esta rosa no casaco.

E ela disse que
se você me convidasse pra jantar,
eu deveria lhe dizer
que ela está esperando por você
no restaurante da esquina.

E ela disse que isso
era um tipo de "TESTE"!

Não pareceu difícil, pra mim,
compreender e admirar
a sabedoria da Srta. Maynell.

Porque a verdadeira natureza
do coração de uma pessoa
é vista na maneira como
ela responde
ao que não é atraente!



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é sobre isso,
não é moça bonita
do sorriso de luz?

Porque uma pessoa é bela,
não pela beleza dela,
mas pela beleza nossa
que se reflete nela...


neste novembro
de 2009

antoniocarlos



UM BOM DIA!
E um beijo inteiro nesta boca iluminada de sorrisos!



Música : Tenha calma ...Maria Bethânia