quinta-feira, 20 de agosto de 2009

GENESE


Beijam-se na boca,
a saliva uma espuma branca
intercambiando umidade
agarram-se como suicidas
na margem do penhasco
contorcendo a flor do prazer e a do silencio
brotando do choque do sangue
código genético
ilha de sua pele colada a ela
com um desejo clandestino
as articulações suadas
emaranhadas artérias
sob pressão de estrelas chispando
ela vem e lambe
a delicada costura do sexo
o esplendor de lamber
o que a gerou na noite dos tempos
primavera aberta e rija
de sua vulva
me fode safado
ela murmura
virando-se de costas
enquanto ele passa o membro
descendo descursivo
pela abertura das nádegas
fogo errante pelo rego escuro
greta de orvalho suçuarana
beco aberto noite que te engole
ela se vira novamente
balançando o brinco folha
e as faiscas da tempestade
acendem o quarto
e eletrificam os corpos
vagina abismo crepitando
de aromas
ele enterra o rosto em seus seios
ameaçando os seus quadris
com a cabeça mais dura e roxa
que ela segura e leva à boca e suga
noite constelada todos os pelos
as peles o que a imaginação ousar
noturno móvel prazer portatil
suite ensolarada
brotando das tempestades
arranhando o lençol
movendo-se
hipermovendo-se
então porta aberta
e lá o seu homem
de hálito de vodka
e lábios umidos
nervos púbis
colo femur
e tendão de aquiles:
parietal frontal temporal
aorta abdominal
plexo sacral
tudo se move:
um corpo
uma sonata
um relampago
um grito
um vem
um pra sempre
uma eternidade
um monolito
um feto
um homem
uma mulher
um DEUS.

GENESE!


e é isso moça bonita
esta a viagem
que fiz contigo

beijos sabor eternidade

aNTONIocARLos
ah....gosto!
2009