terça-feira, 29 de dezembro de 2009

"Avatar e os anjos meus"

A partir de Janeiro de 2010 estarei com novo blog:
http://jardineiradeletras.blogspot.com/

ou se quiser, escreva-me
te espero lá
1/2 bj






"Avatar e os anjos meus"


Escrevo hoje
para me encontrar num tempo

Um tempo em que está longe
a tesoura de Átropos
que ainda me fia.

Moça bonita,
vês agora
a letra que me ata
preparando as flechas todas
em meio peito lunado?

Ela o anjo de asas Cansadas
Ele o Avatar cavaleiro

Ela halo sutil de nome leve
Ele luzeiro de sombras em 7 velas
7 vidas, 7 trancas sem tramelas

Ela no meio da jornada da vida
Ele lenha queimando em seu lume raro

Ele um facho de luz que espalha os dias
Ela corpo ausente que ele deitava

Era aquele colo todo...
aquele sonho colo,
aquele re-abraço continente
de fazer-te ilha bem contente
um deslubramento das madrugadas
lunosas, beira, barrancas Guaíba,
onde frio fumaça, anda por riba
riba acima, rio abaixo
lua prata, luaalada, luanada...

Inda menino,
de infancia ansiosa
lhe pago hoje
os dizimos devassos
medindo em palmos
num corpo
que ainda não toquei.

Mas sonhei!
Ah! Como sonhei!
e chorei.

Meu coraçãozinho de menino...
pequeno que é
as vezes não cabe,
às vezes não abre,
nem comporta
sabes?

Estufa....
agita....
lancina...
qual fera ferina
ferindo fundo
...
e anela
o que sela
outros nomes
no meu
e nunca o seu
...
tempo, relógio
ponteiros
segundos
calendário
poeira de armário
saudade amarela
sol poente
fim de mundo

E haverá sempre
alguem faltando
nessa prosa
e tantas bocas mastigando
outras fomes
e nunca a minha
tanta lágrima caindo
e sempre a minha

E tantas gargantas
engolindo
outros nomes
e nunca o seu

Ninguem pediu a mim
que feneça
o que ainda estupra!

E no entanto
mea culpa
mea culpa
mea máxima culpa

e sendo assim
toca a viola
toca a vida em frente
mesmo desafinada
que é o jeito
da gente dançar
a vida da gente
desatinada sempre
sempre o nada

e é assim
moça do vazio
que se faz longe
moça do arrepio
que se faz perto
moça da voz de anjo
que o coração tange
moça do donde
o vento varre
do meu peito,
de sem jeito
esta saudade
que no peito dá nó
semeando no ventre
uma semente
que nunca nasce
porque só

e é isso
a natureza é isso
moça Bonita e anja
destas terras gaúchas
dos sem fim
onde olhos brilhantes
em mel coruscantes
faiscam ...

ao pensar
que pensa
em mim...

...
...
1/2 beijo nesta volta pro teu aconchego


Antonio Carlos
2o
o9
---------------------

Quando uma estrela cai,
no escurão da noite,
e um violeiro toca suas mágoas.

Então os "óio" dos bichos,
vão ficando iluminados
Rebrilham neles estrelas
de um sertão enluarado.

Quando o amor termina,
perdido numa esquina,
e um violeiro toca sua sina.
Então os "óio" dos bichos,
vão ficando entristecidos
Rebrilham neles lembranças
dos amores esquecidos.

Quando o amor começa,
nossa alegria chama,
e um violeiro toca em nossa cama.

Então os "óio" dos bichos,
são os olhos de quem ama
Pois a natureza é isso,
sem medo,
nem dó,
nem drama

Tudo é sertão,
tudo é paixão,
se o violeiro toca

A viola, o violeiro
e o amor se tocam...

Um Violeiro Toca -Almir Sater / Renato Teixeira