segunda-feira, 30 de abril de 2007

Comportas


















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Comportas
que não comportam



Primeiro os olhos.

O toque dos dedos
chegou
tímido,
devagar,
temendo reações,
identificando limites.

A pele se arrepiava,
lisa, quente.

A resposta foi rápida,
quase imediata.

Seu corpo desejava
aquele toque
mais que tudo.

Queria ir além.


Há muito eles já se sabiam,
se esperavam.

Aquela cena já tinha sido
imaginada, planejada,
sonhada e desejada.

Faltava ser vivida.

Faltava ser real.


Naquele momento,
nenhum dos dois sabia
como chegar aonde sabiam
que queriam ir...

Queriam colar as bocas,
salivas, línguas, gozos.

Prenunciava um temporal.

Embora o tempo fechasse lá fora,
tudo se abria aqui dentro.

O amor
transmutando em sexo
foi suave;
a sofreguidão da espera,
o desejo acumulado
se transformou em tranqüilidade.

Aproveitaram cada centímetro
daqueles corpos,
cada gota daquele fluido
que os uniu.


Gozo.


E depois,
lembrando daquele dia,
o tesão ressuscitava os movimentos,
estremecia,
fazia subir uma espécie
de eletricidade
que era impossível ignorar.

Eles se perderam no tempo,
no medo de mudar,
voltaram à falsa tranquilidade
de suas vidinhas.

Um com a àgua do outro
na sua comporta

Um com a alma do outro
no corpo

Um com o cheiro do outro
na pele

Um com o gozo do outro
na memória

Um com o gosto do outro
na boca.


E a vida
era assim
não era Moça?

Uma segunda azul prá ti
1/2 beijo sabor ( BOCA)

AntonioCarlos
2oo7
:)
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Um comentário:

Anônimo disse...

inclinei-me para ver-te de mais perto
e busquei aquele ponto cintilante
dos teus olhos....
encontrei a magia no olhar
e uma certeza de alma nas palavras
Tu és único pra mim...
assim como a terra, a água, o sol e a lua.
Como assim?
sempre assim

beijos mil
Sandra