sábado, 28 de julho de 2007

Hoje

















...
É...
O cenário da minha vida
começa a ganhar novos ares,
diretrizes de movimento.



É o primeiro de um longo ato;
aberto, paulatino,
embora denote
uma certa agudeza não branda
de coisa consumida
pelo medo do ontem e de hoje,
mesclado ao desgaste prévio
que é a coragem do agora.

Mas é de uma
coragem robusta, quase
de uma paixão sólida, toda .


Eu reparei que o vento
sopra diferente
quando a gente
plaina só com a imaginação.

A altitude das realizações
faz toda a diferença,
mesmo que não se queira
medir tudo a partir do nível do mar.

Na hora de contar a história,
tem gente que começa
pelo meio dela.

E dá certo.

Mas na hora de vivê-la,
não há jeito,
existe um ponto de partida,
que é sempre a transição
do que existia antes
para o que começa a existir depois.

E tem meios materiais
essa transição.

Muita gente prefere
alinhar o parlamento íntimo
ao status quo.

É uma opção razoável, claro,
sobretudo quando se é permitido
optar por alguma coisa nessa vida.

Mas há um establishment aqui dentro
que não se alinha a nada,
que guerreia o tempo todo
com a heterogenia do de dentro,
que brinca com qualquer
mecanismo auto-sustentável
e que nunca referenda a palavra eterno.
Enquanto dure?


Há caminhos demais nesse mundo
para que algum
pregoeiro soturno
anuncie uma forma
que se aplique
a todas as formas.

Aceitar uma única norma
é normatizar a norma,
fazer de uma possibilidade,
todas as possibilidades
em você.

É dormir com a falsa sensação
de ter feito a escolha certa,
fazer da afloração da vida
um álibi perpétuo de si mesma.

Pôr um padrão
como se põe uma roupa,
na pressa de ter de escolher
a combinação mais perfeita.

Acreditar numa resposta só,
para a mesma pergunta,
pode alimentar muitas dúvidas,
pode ser perigoso demais
para as nossas inseguranças.

Só que dormir sem elas,
sem as nossas
interrogações de cabeceira,
é que não é nada seguro.

Perder a chance
de fazer outra pergunta.

Conforto vencido é ação,
mesmo que a ação consista
em subir dez andares
até sentir que subiu um.

Ou se vai de elevador,
ou sobe os pés
nas rampas crescentes
da auto-superação.

Hoje eu precisei
de ascensorista,
de guindaste,
venci a gravidade
sem esforço algum.

Aquelas rampas
são esquadros perfeitos,
umas sobre as outras.

São leves de se olhar.

Eu bem que podia
escorrer por elas,
os meus ângulos retos,
e divisar lá de baixo
menos sujeira
com que se olha
o parapeito de um século,
a barra suja de uma calça,
um veneno suave de se tomar.

Não há tanto esforço
olhando aqui de cima,
os metros sobre o chão.

E no cinza descascado
da pele no muro,
pelo sol ardido
de uma manhã já posta,
numa mesa de domingo,
a mesa sob qual
eu protejo meus pés
da inevitável descida,
a mesa improvisada
onde assino
' ciente de que
não há mais procura',
despejo minhas
possibilidades outonais.

Aceno em despedida
para algumas almas
que estavam na fila
como quem cumprimenta damas
há dois séculos daqui.

Aprovação que tem nome,
sobrenome,
pontuação;
tem olhos ainda tristes,
mas tem sorrisos afáveis
que escondem
as muitas chances
da felicidade.

E quem nem mesmo
chegou ao primeiro andar
dessa vida, tem outra sorte:
a de ambulante.

A sorte dele
é diferente da minha,
que posso optar pela felicidade,
que posso abandonar
um monte de possíveis felicidades
para retomar a vida,
em nome de uma busca
que se fazia a tempo,
tão subjetiva quanto concreta,
porque norteia
o pensamento objetivo,
da mesma maneira
que preenchia abstratos sentimentos.

Eu que assinei em email,
estar ciente,
não estou ciente de nada.

Tenho dez rampas para descer,
mas tomarei o elevador
porque é mais fácil
descer sem pés.

Tenho alguns dias até a prova
que mede a gente de zero a dez.

Será que me darás um zero?
Será que me darás um dez?

Tem fontes, tem a pauta,
tem a apuração de sensações,
que passa de dez.

Tem o jargão analitico,
e tem o quimico ( da pele).


Tem um modo
de dizer aqui fora
diferente
de dizer aqui dentro.

Mas eu renovo a intensa intenção
e fica tudo bem.


No fundo, eu diria do amante
que nunca entrou aqui,
dissertaria sobre ele,
se me pedissem,
e sobre o peso subentendido
dos meus pés
na maciez cimentada
de um recomeço.



Será que consigo
mais uma vez?

Definitivamente
desta vez
e com você?


__________________________________________


e é isso

então moça bonita
como você mesma diz:
e é assim....sempre

mas como julho tá quase no fim
e com ele..um friozinho..
e muito azul

neste dia frio
um bom lugar pra ler um livro?
e o pensamento só em você?
eu só preciso lhe dizer:
sim...gosto de você
mas se quer saber
se quero outra vida?
não...não...não!!!

então...

1/2 beijo com o gosto
ardido de uma saudade
...
e de uma vontade
de te devorar,
mais ainda
quando chove
e quando faz frio..........................


aNTONIocARLos
!
2007
:)
___faça o seu comentário aqui em baixo----V

2 comentários:

Anônimo disse...

Parece que estás num casulo e tá doendo?
singular/Rosana.

Anônimo disse...

me perco e me encontro
nesse teu vôo mágico

e é assim... sempre


beijos mil


Sandra