sábado, 23 de junho de 2007

Caixa de Ferramentas





















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Dúzias de pregos soltos,
três alfinetes de fralda
pra servir de desmazelo.

Um rolo de fita isolante,
que nem teve serventia.

Seis retratos 3x4,
fora o do relicário de prata,
que não é meu,
com mentira
escrita no verso.
Em prosa.

Desarrumadas lembranças,
uma carta de amor,
três de baralho:
um rei de pau,
uma dama de quatro,
um ás de ouro puro,
erro de cartomante.

Uma chave de fenda,
uma calcinha de renda,
uma clave de lua,
pena de passarinho,
asa de borboleta,
raiozinho de sol.

Minhas caixinhas de música,
conchinhas, tantos mares,
minha coleção de pedras,
meu colar de pérolas
e aquele salto alto,
que nunca foi lá.

Três segredos,
sete chaves
e nenhuma abre a algema.

Uma faca desafiada
por um pulso
sem coragem,
uma tesoura
sem ponta,
aterrorizando
velhos papéis.

Um missal de madrepérola,
um santinho de São Jorge
assassinando o dragão
com um canivete suíço.

Três segredos tão sufocados
no amarrado da fita amarela.

Um soluço,
a última ilusão.

Todas as bugigangas que juntei,
todos os parafusos que perdi
e quase esquecido,
de lado,
escondido entre rimas quebradas...

Um martelo torto
e sem cabo

de tanto bater
na saudade...



........................Silvana Guimarães








É isso dona moça
de repente bateu uma saudade de ti
que coisa engraçada

ah!

as vezes acho
que voce foi encontrada no
fundo da caixa da minha memória

junho veio
e trouxe você
...com 1/2 beijo lambuzado de chocolate!


AntonioCarlos

2oo7

:)
junh......Oh!



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