O VENTO E EU
O vento morria de tédio
porque apenas gostava de cantar
mas não tinha letra alguma
para a sua própria voz,
cada vez mais vazia...
Tentei então
compor-lhe uma canção
tão comprida
como a minha vida
e com aventuras espantosas
que eu inventava de súbito,
como aquela em que menino
eu fui roubado pelos ciganos
e fiquei vagando sem pátria,
sem família,
sem nada neste vasto mundo...
mas o vento, por isso
me julga agora como ele...
e me dedica um amor solidário,
profundo!
(Mario Quintana)
e é isso moça bonita
neste outubro
solitário e profundo
1/2 bj
antoniOCarlos