quinta-feira, 7 de junho de 2007

Rival



















Se a lua sorrisse,
teria a sua cara.

Você também deixa
a mesma impressão
de algo lindo,
mas aniquilante.


Ambos são peritos
em roubar a luz alheia.

Nela, a boca aberta
se lamenta ao mundo;
a sua é sincera,
e na primeira chance
faz tudo virar pedra.

Acordo num mausoléu;
te vejo aqui,
tamborilando na mesa de mármore,
procurando cigarros,
desconfiado como uma mulher,
não tão nervoso assim,
e louco para dizer algo irrespondível.

A lua, também,
humilha seus súditos,
mas de dia ela é ridícula.

Suas reclamações,
por outro lado,
pousam na caixa do correio
com regularidade encantadora,
brancas e limpas,
expansivas
como monóxido de carbono.

Nem um dia se passa
sem notícias suas,
vadiando pela África,
talvez,
mas pensando em mim...


by Sylvia Plath - [tradução Rodrigo Garcia Lopes e Maurício Arruda Mendonça]


e é isso
não é?


1/2 beijo sabor lua fria
antoniocarlos
junho
2oo7
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2 comentários:

Anônimo disse...

Essa foi DEZ!!!Que delícia!!!

beijos...leãozinho

Sandra

Anônimo disse...

Lua amiga em todas as fases e em outras faces.

Rosana, nem tão singular,nem tão cheia de sonhos e sem desistir de novas idéias e apenas com um desejo!???