sexta-feira, 8 de junho de 2007

Espelho

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Sou prateado e exato.

Não tenho preconceitos.

Tudo o que vejo
engulo no mesmo momento
do jeito que é,
sem manchas
de amor ou desprezo.

Não sou cruel,
apenas verdadeiro –

O olho de um pequeno deus,
com quatro cantos.

O tempo todo medito
do outro lado da parede.

Cor-de-rosa, malhada.

Há tanto tempo olho para ele
que acho que
faz parte do meu coração.

Mas ele me falha.

Escuridão e faces
nos separam
mais e mais.

Sou um lago, agora.

Uma mulher
se debruça sobre mim,
buscando em minhas margens
sua imagem verdadeira.

Então olha
aquelas mentirosas,
as velas ou a lua.

Vejo suas costas,
e a reflito fielmente.

Me retribui
com lágrimas e acenos.

Sou importante para ela.

Ela vai e vem.

A cada manhã seu rosto
repõe a escuridão.

Ela afogou uma menina em mim,
e em mim uma velha
emerge em sua direção,
dia a dia,
como um peixe terrível.



Sylvia Plath
[tradução Rodrigo Garcia Lopes e Maurício Arruda Mendonça]>



e é isso

moça menina bonita
e quem mais chegar

com um coração
de mel e melão
de sim e de não
é................


antoniocarlos
junho
2oo7
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Um comentário:

Anônimo disse...

O ESPELHO...DUAS VIDAS NA MESMA....
UM PENTEADO DIFERENTE..ENTRE AMBOS..O REFLEXO DE HUMORES ALTERADOS E O REFLEXO DE UM BEIJO ESTALADO.
Singular*